30/11/2008

Vintage Blues Trio no Café com Letras!




22/11/2008

Show da VBT ontem no Café

15/11/2008

O Onipresente

Crônica enviada por Joelma (a Capitu de Sampa)


Terra Magazine
Por José Pedro Goulart
De Porto Alegre (RS)


De todos os poderes de Deus, um sempre foi o mais assustador para mim: o da onipresença. Isso na razão dos meus 12, 13 anos. Quer dizer que em qualquer lugar que eu estivesse, qualquer coisa que eu fizesse, Ele estaria olhando?! Mas isso era uma tremenda injustiça, além duma baita falta de educação.

Deus sabia, portanto, de todos pecados cometidos por mim. Eu era pedófilo: estava apaixonado por uma guria de 10 anos, a Suzi. Era invejoso: queria ser um outro cara, o Japa, que era mais forte, bom de bola e namorava a...Suzi. Era infiel, eu amava igualmente a Thaís, a Sandra, a professora de inglês, enfim tudo que usasse saias, exceto padres.

Ter uma namorada, portanto, era uma obsessão, e isso com um grau de exigência inversamente proporcional ao tamanho do meu nariz. Foi então que numa certa manhã, no recreio, comendo uma pastelina distraidamente, notei uma menina, morena, cabelos escuros, lisos e longos, lindíssima, olhando para mim. Será? Noutro dia, idem. No terceiro, trocamos um aceno. No quarto, trêmulo diante do olhar de Deus, eu roubei a jaqueta nova da minha irmã: iria à aula com o que tínhamos de melhor em casa, mesmo arriscando um estágio no inferno.

Passou uma semana e nada de papo, só acenos, de parte a parte. E mesmo assim, de longe. Mas eu flutuava pelos corredores, se me pedissem, daria autógrafos. Eu era o cara. De modo que quando o Rato me disse o que disse, eu demorei a compreender. Ele disse: "Fiquei sabendo que tu tá namorando a perebenta?". Perceba, amigo: eu nunca havia falado com ela, sequer me aproximado muito. Eram só acenos distantes na hora do recreio.

Mas então o Rato veio com a notícia aterradora, a guria tinha perebas no pescoço, no rosto, sei lá onde mais. A primeira coisa que eu fiz foi tirar a jaqueta; a segunda foi parar de devolver os acenos, o que provocou tristeza na guria, pude notar, que depois, nos outros dias, transformou-se em desprezo, pude sentir.

Novo semestre, férias de julho, o tempo é melhor do que mertiolate para certas feridas. Naquela época havia uma turma que todo garoto gostaria de freqüentar, mas só uns poucos eram os escolhidos. Eu, por exemplo, estava muito longe de ser um deles. Cabia a mim apenas o papel de espectador e olhe lá. Essa turma era liderada pelo Japa, já citado, e pelo Tony, o cara mais boa pinta do colégio. E o Tony não era só bonito. Com 14 anos, ele tinha uma moto cinqüentinha! Sendo o Tony, portanto, você poderia namorar quem quisesse. De modo que quando a notícia chegou aos meus ouvidos, demorei em ligar todos os pontos: "Tu já viu a morena que o Tony tá namorando? Cara é a guria mais gostosa do colégio".

Um dia depois eu vi o Tony, desfilando triunfante pelo recreio. Alexandre da Macedônia entrando pela primeira vez na rua principal da Pérsia. Estiquei o pescoço, queria ver a tal guria fenomenal que vinha de mão com ele. Estarrecido, com a sensação de que o chão tinha virado mingau de maisena, reuni algum restinho de força e perguntei para o Paulão, que, como eu, olhava a cena: "Mas ela não tinha um monte de perebas?". E ele disse: "Que nada, são só umas manchinhas no pescoço. Tri charmosas, por sinal".

Olhei para cima e Ele lá, como sempre. Só me sacando.

01/11/2008

Abertas as inscrições! Oficina de textos



O ateliê Ato Com Texto oferece neste final de ano uma oficina breve de ESCRITA CRIATIVA.

O objetivo principal é apresentar algumas técnicas de produção de textos para estimular o pensamento criativo e, assim, "desbloquear" o ato da escrita e da expressão verbal.


Com duração breve, e apenas uma vez por semana, a oficina servirá de aquecimento àqueles que pretendem melhorar o texto ou mesmo exercitar esta atividade.

As vagas são limitadas!

Fale conosco e garanta a sua participação!


Início: 10 de novembro (até 15/12)
Período: segundas-feiras, de 19h30 às 21h
Duração: 6 semanas

Informações: 9961-6971